quinta-feira, 18 de julho de 2013

Eu não sou Cool!

Estava muito bem a conversar com uma amiga minha de longa data, quando uma conhecida (muito querida por sinal) me vem cumprimentar. Eu lembrava-me da cara dela, mas a rapariga lembrava-se do meu nome e tudo. E, no meio da conversa, descobrimos que nos conhecíamos dos tempos do liceu e que ainda temos amigos e comuns. Até que vem aquela frase " pois no liceu éramos tão cools". Gelei. Não, era claramente um engano. Se há coisa que nunca fui foi cool. Posso ser antipática, simpática, arrogante, acessível, parva, amorosa, palerma ou perspicaz, mas se há coisa que nunca fui foi cool.
Primeiro, porque uso óculos fundos de garrafa (mesmo!) e , como tal,  vejo nada bem. Depois, porque passei sempre ao lado das modas da época: na adolescência usava calças extra largas e camisas aos quadrados verdes e brancas. Nunca usei nada justo. Depois porque passava a vida a ouvir phones no liceu era apaixonada pelo Eddie Vedder dos Pearl Jam  e soletrava musicas dos Soundgarden pelo liceu. E isso não era nada cool. Depois porque nunca andei em grupos de raparigas, nem nunca me interessei pelos rapazes do liceu ou do sítio onde morava. Nunca me viram em vãos de escadas aos risinhos nem com problemas amorosos. Os rapazes entraram tarde na minha vida e isso foi uma bênção. Só aos 16 anos percebi que eles existiam e não fiquei propriamente satisfeita... Os homens dão muito trabalho e a maioria das preocupações que nos dão é totalmente desnecessária. O liceu para mim foi um dos poucos momentos da minha vida onde apenas a música contava e onde eu sonhava ir ao Egipto ver as pirâmides. Não usava batom, não usava roupa justa, não tive desgostos amorosos, não me sentei no banco dos fixes da escola, não tocava guitarra. Não disse " opah que cena", nem " ele é espectacular". Eu não era a cool, nem a nerd. Eu era apenas uma das que lá andava, e isso fez-me feliz. Claro que muita gente me deve ter achado esquisita, mas aposto que era reciproco. Por isso chamem-me tudo, mesmo tudo, menos cool.

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