sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

THE CEO

Zeinal Bava não é um comum mortal.É um Ceo respeitadíssimo que não pode estar a lembrar-se de actos de gestão. Era só o que faltava. Ainda para mais perder tempo a responder a deputados, essa coisa democrática.Se ao menos estes percebessem alguma coisa de ring fence, esse coisa péssima para os bugets que não acautelam as commodities nem permitem o crescimento da broad band.Dear, o que estes deputados precisam é de um CKO especialista em gateway que explique aos deputy's quão excelente player Bava é , especialista em trend e focado no target. Get it?

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Quem tem medo da Grécia?



Quarta-feira e o impasse mantêm-se. Conseguirá a Grécia um novo financiamento de que precisa para pagar salários e credores sem manter o programa da troika? Nos últimos dias as redes sociais estão pró-Grécia ou anti Grécia, como se de um jogo de râguebi ou de futebol se tratasse. Há estatísticas para tudo e ouve-se que os gregos não querem pagar impostos e nós não somos a Grécia e não temos de pagar a Grécia etc, etc. Mas ninguém debate o ponto essencial: porque é que um empréstimo é dado com regras para os países cumprirem? Explicando melhor. Cada um de nós já pediu um empréstimo na vida, é quase certo. E quando pedimos um empréstimo para a casa, por exemplo, pedimos o valor da casa e sabemos que vamos pagar esse empréstimo mais uma taxa de juro. Ora bem, isso é justo. Agora imaginem que o banco vos dava o empréstimo, cobrava os juros e ainda exigia decorar a casa, escolher os azulejos, decidir a cor das paredes. Vocês admitiam? É exactamente isso que se está a passar agora nas negociações entre a Grécia e no Eurogrupo. A Grécia quer um empréstimo de 4000 milhões de euros e sobre este empréstimo vai pagar ainda 1,9 mil milhões de juros. Não é um mau negócio para o Eurogrupo pois não? Pois o Eurogrupo acha que não é um bom negócio. O Eurogrupo exige que este empréstimo seja aplicado da forma que eles querem que já se viu que deu péssimos resultados. Uma das medidas mais desumanas aplicadas na Grécia foi esta: quem perdia o emprego e não encontrasse um novo no prazo de 3 meses (sim, 3 meses) perdia também o direito ao subsídio de desemprego e aos serviços de saúde. Imaginem-se nesta situação: ficavam desempregados, em Portugal o subsídio de desemprego passava de um ano ou mais para três meses e passados três meses ficavam sem subsídio e sem direito a ficar doentes. Que vos parece isto? A Grécia suportou uma imensa catástrofe social com fome, perda de casa, sem luz e a nível económico com as suas exportações muito condicionadas. A Grécia disse não nas últimas eleições a estes empréstimos com regras desumanas. E quer o mesmo que qualquer um de nós quer: um empréstimo, juros e o seu direito a aplicar as medidas sociais mais ajustadas para o seu país. Parece-vos irrazoável? Não, não é. Então quem tem medo da Grécia? Quem tem medo da Grécia são todos os governos de direita que nos disseram que não há alternativa. Quem nos disseram que vivemos acima das possibilidades. Que resgataram bancos mas não pequenas empresas e deixaram milhares de famílias em Portugal e por toda a Europa na miséria. E continuamos a não ver qualquer futuro para o país, qualquer luz na Europa. Pelo contrário, o anti-semitismo saiu das trevas onde devia ter ficado e os ataques à liberdade sucedem-se. Quem tem medo da Grécia? O nosso governo é um deles. E é bom que tenha. É tempo de mudar a política, é tempo de voltar a colocar o homem no centro do mundo. Não temos medo da Grécia. Mas Passos deve ter. E muito.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

50 sombras de Grey ( não, não vi)!

Li (não sei se se deve chamar ler) o primeiro livro das 50 sombras de Grey. Não me disse nada porque não gosto de pornografia, nem de fetichismo, nem tenho muita paciência para conversas sobre sexo. E não sou muito gaja porque embora adore roupas, sapatos, malas, livros, nunca sonhei com o casamento nem nada parecido, muito menos com o princípe encantado rico que é fetichista. Mas como sei que muitas leitoras gostam, fica aqui o Trailer. Depois digam-me se o filme vale a pena, pode ser que o filme me encante, quem sabe?

O link:https://www.youtube.com/watch?v=P6ktXnX3HKM

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Um Professor educa!

Embirro, mas embirro mesmo, quando ouço que a educação dá-se em casa, na Escola ensina-se. Primeiro porque torna a escola um lugar onde se debita matéria, factos e não serve de modelo porque "isso" dá-se em casa. Depois porque quem tem a infelicidade de não ter pais ou bons pais não pode ser educado porque isso dá-se em casa. Um professor é um educador. Um professor não se pode limitar a ensinar. A educação dá-se em casa, na Escola e na nossa comunidade. Com diz um provérbio africano " é preciso uma aldeia para educar uma criança".

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Tabus da esquerda



A vitória do Syriza agitou esta semana que passou. Nas redes sociais percebia-se claramente quem era de esquerda e quem era de direita. Os da esquerda saudavam a vitória do Syriza e da democracia e criticavam o facto de não existirem mulheres no governo enquanto os da direita alertavam para o fim do mundo e da loucura que se estava a passar na Grécia.
Fui analisar as profissões dos meus conhecidos de direita e de esquerda. A maioria dos que se declaram de direita são funcionários públicos, professores ou empregados por contra de outrem. Na generalidade, todos eles auferem dos direitos sociais conquistados pela esquerda nos últimos dois séculos, o que não deixa de ser curioso.
Mas mais curioso ainda é perceber que grande parte dos meus conhecidos de esquerda são trabalhadores independentes ou freelancers que defendem os direitos sociais que não possuem mas não desarmam na defesa do Estado Social. E isto deixou-me a pensar, não na importância do Estado Social ou na sua defesa, mas porque é que pessoas que não usufruem do Estado Social o defendem e porque é que o Estado Social não chega a todos. Para que o Estado Social chegue a todos devemos lutar para que todos se tornem empregados por conta de outrem? Aparentemente sim. Estamos contra os falsos recibos verdes, o que é justíssimo. Mas um verdadeiro recibo verde, um profissional freelancer que trabalha quando o trabalho surge, porque é que esse não tem direito ao Estado Social? Num mundo em Mudança, prevê-se que em 2050, 46% dos empregos sejam de criação própria. Então deixamos 46% dos empregos fora do Estado Social?
Existe algo aqui que transcende a lógica. Defender o Estado Social é defender os direitos dos trabalhadores contra a lógica do grande capital, certamente. Mas defender o Estado Social é também entender que o mundo mudou e temos novas formas de trabalho, de emprego. Contudo não temos direitos sociais adequados. E eu continuo a perguntar porquê?
Um exemplo concreto. Os actores. A maioria dos actores defende o Estado Social, a maioria dos actores é de esquerda. E a maioria dos actores nunca teve nem nunca terá um contrato de trabalho permanente ou que lhes permita auferir do subsídio de desemprego. Mas são a classe que, sem medo, dá o corpo e a cara pela Esquerda. Mas a verdade é que a Esquerda não o faz por eles. E porquê? Porque é que um actor, um recibo verde por excelência, tem de descontar 720 dias para ter direito ao subsídio de desemprego e um empregado por conta de outrem 360 dias? Isto não nos deve indignar? A mim indigna-me. Porque é que um recibo verde não pode auferir ao subsídio de desemprego pelo valor descontado mas apenas pelo tempo de trabalho, quando sabemos que o freelancer pode receber 10mil euros num trabalho e ficar seis meses sem facturar nada? E porque é que nós esquerda não falamos disto?
A resposta é simples. A esquerda tem os seus tabus. Os seus medos. Os seus enclaves que não ultrapassa. No entanto existe um novo mundo e novas formas de trabalho e por isso a esquerda tem de abraçar todos e todas que vivem do seu valor profissional e que querem não apenas uma vida digna mas uma vida cheia de coisas. A esquerda não pode ter vergonha de desejar uma casa, um ipad, livros, roupa bonita, maquilhagem. 
A esquerda tem de assumir que todas estas realidades existem e que temos de lhes dar uma resposta justa, tão justa como a que damos para quem vive das formas de trabalho mais clássicas. Nem mais nem menos. E por isso apelo para que derrubemos os nossos tabus, para que olhemos para toda esta gente que é de esquerda mas não tem direitos. Para que a esquerda assuma que não tem mal nenhum em ser feliz sem patrões e sem ser empregado por conta de outrem. Para que a esquerda se veja a si própria como micro ou pequeno empresário sem qualquer problema.
Sem tabus porque esta é uma realidade que existe e que nós precisamos, em consciência, de lhe dar uma resposta, de falar dela, de lutar por ela. Porque como disse Marx, que eu ouvi dizer que era um homem de esquerda, não é a consciência do homem que lhe determina o ser mas, ao contrário, o seu ser social que lhe determina a consciência.
Obrigado