quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Os homens

Começo já com uma afirmação polémica: os homens portugueses são maus. Muito maus. Não quero aqui fazer uma comparação inter- países ( não tenho, infelizmente, conhecimentos para tal), mas de todos os homens que conheço ( família,namorado, amigos que são namorados de outras mulheres, homens na rua, nos cafés, no social)  sei que os homens portugueses ainda não merecem as mulheres portugueses na actualidade. É uma afirmação empírica, mas absolutamente verdadeira. 
Vamos então examinar a espécie de forma mais científica: exceptuando as normas do local ( ou seja, admitindo que em  Lisboa, Trás os Montes e Alentejo existem padrões sociais diferentes e portanto alvo de análise mais profunda), o homem português continua a ser extremamente machista ( embora disfarce),mas sobretudo continua a ser um grande egoísta. Os homens continuam a não abdicar do seu tempo, dos seus vícios, das suas amizades, de nada por nós.  Não contem que nos sigam quando temos uma proposta de trabalho longe de casa, não contem que deixem de fumar, não contem com nada disso. A espécie promete, mas nunca cumpre.
Mas, e este é o busílis da questão,se formos muito honestas,mas mesmo muito honestas,  vêem que somos nós, na grande generalidade que nos moldamos aos hábitos da espécie, e não a espécie que se molda aos nossos hábitos. Mas a culpa, na totalidade é nossa. Sim meninas, é toda nossa. Nós suportamos o mau- humor sem dizer nada: está cansado, trabalha muito, coitadinho. Nós abdicamos do tempo com os nossos amigos para lhe ficar a fazer companhia no futebol ( que não requerida nem é apreciada). Nós entendemos que o menino saia à noite ( sem nós) e durma à tarde. Nós encaixamo-los entre mestrados, trabalho  e outras coisas com malabarismos que não são minimamente aplaudidos.Nós fazemos tudo sem refilar e sem dar a entender como isso nos incomoda. E infelizmente a espécie ainda não nos percebe, nem há-de perceber. Mas o grande problema é que nós contamos uma história diferente da verdadeira: vendemos aos outros a relação perfeita, o nós vamos ali, o nós entendemos, o nós etc e tal... E a frustração vai aumentado. E no fim, nem fizemos bem a nós nem à espécie. 
Os homens precisam de ser educados. Mimos e bajulação já eles tiveram, e muito!,da mãezinha.. E essa é outra grande questão! Para terminar, quero dizer que existem homens que não correspondem a esta descrição. A maioria é gay, mas ainda assim existem homens fabulosos, tão fabulosos que parecem mentira: que não nos ajudam mas sim repartem tarefas, que estão lá para nós e para os nossos amigos, que abdicam de vez em quando das suas coisas quando nos vêm muito azoadas... Que nos levam a jantar fora e a passear sem que lhes digamos nada.Milagre!
Meninas, se ao vosso lado tiverem um homem que corresponda a esta descrição, agarrem-no bem.Mas não se iludam. Muitas vezes não queremos ver o que está à nossa frente.Continuamos a ser personagens de uma história de encantar que não existe. O príncipe encantado existe, mas precisa que nós lhe digamos o que fazer. Senão, fica um sapo cada vez mais gordo!

"Os homens são como as moedas; devemos tomá-los pelo seu valor, seja qual for o seu cunho."Carlos Drummond de Andrade



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