quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Eu e Hemingway

Tive, tenho e terei uma relação de amor com a literatura. Principalmente com um escritor fascinante: Ernest Hemingway. Calma, não desistam já de ler. Sim vou falar de um escritor, mas sobretudo de  um homem que me fascina. Hemingway era tudo o que nos ensinam a não ser: Impulsivo, Lascivo, Revoltoso, Bêbedo. Acrescente-se 4 vezes divorciado,  metido em tudo o que era guerra (combatente na guerra civil espanhola,  combatente anti- nazi ) quando o seu país fingia  que estas guerras nem existiam. Hemingway era americano de nascimento e de morte. Mas europeu de alma, cubano de paixão. E para além de tudo isto, o raio do gajo escrevia bem.
Eu conheci Hemingway com Por quem os sinos dobram.Tinha 14 anos e a noção de guerra heróica morreu aí. A descrição da bondade e da maldade humana nos dois lados da guerra tirou-me, para sempre, parvoíces românticas e lados certos. A guerra civil espanhola está lá, esqueçam os livros da escola: é aquilo e nada mais.  E no Adeus às Armas, eu creio que é quase um retrato auto-biográfico de Ernest na sua relação com a guerra.  Mas, a verdade, é que a vida do homem que libertou o bar do Hotel Ritz dos nazis ( e serviu champagne a seguir, a rodos) é fascinante. E tudo isso está nos seus livros. Amor aos toiros, sem qualquer pudor. Pegar em armas por ideologia, daquela que vale a pena: a liberdade. Paixão assolapada por mulheres. Por álcool.Pela vida.
Eu sei porque sou fascinada por Hemingway. Porque creio, que no fim de contas também tenho, tal como Hemingway, um receio terrível: o receio de não viver.
Não viver com paixão, com causas, acima das regras que nos impõem, desafiando os extremos assusta-me mais do que a morte. É claro que não me vou enfiar numa guerra ( decididamente, acabava morta ao primeiro tiro) mas a tudo o resto...não vou virar as costas!
Sim, morrer já não me assusta. Não viver, isso é que não.Não e não e não!
Por isso Hemingway, este meu copo de vinho é para ti.Fiesta!!


"Nenhum homem é uma ilha, um ser inteiro em si mesmo; todo homem é uma partícula do Continente, uma parte da terra. Se um Pequeno Torrão carregado pelo Mar deixa menor a Europa, como se um Promotório fosse, ou a Herdade de um amigo seu, ou até mesmo a sua própria, também a morte de um único homem me diminui, porque Eu pertenço à Humanidade. Portanto, nunca procures saber por quem os sinos dobram. Eles dobram por ti"


Hemingway, Por quem os Sinos Dobram.

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