quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Margarida Rebelo Pinto

Eu gosto da Margarida Rebelo Pinto. Cada vez que fala eu sinto-me mais inteligente. Depois de ver a sua Revista de Imprensa, onde o que a senhora queria dizer é que a culpa é do Sócrates, nada mais que isso, recordei-me da minha Revista de Imprensa e fiquei mesmo orgulhosa. Depois, a conversa da Guida é exactamente a mesma dos cafés aqui da minha zona. Cada velho, novo ou de meia-idade sabe dizer:" são todos corruptos, mereciam era viver como eu que pago isto, aquilo e outro, e políticos na prisão já". Portanto entre a Guida e a malta dos cafés da zona, prefiro os últimos que são mais e não falam com aquele sotaque de " eu estou tão enfadada de ter de vos explicar tudo". Para todos nós a culpa da crise é nacional e política apenas. Não tem nada que ver com os mercados da India e China que colocam cá os produtos mais baratos porque não pagam direitos sociais como nós, não tem nada a ver com a falta de regulação do sistema bancário que engana clientes e só negoceia para o cliente perder ainda mais do que tem, nada que ver com os impostos abusivos que as finanças e segurança social querem arrecadar a qualquer custo e colocam coimas sobre coimas, levando milhares de empresas ao desespero e à falência. Não, a culpa é do Sócrates. Ou do Passos. Ou do Cavaco. Só e apenas. Ok, por mim pode ser. É tão mais fácil repetir frases sem pensar nas coisas, se repetirmos muito uma ideia acabamos por acreditar nela. Pensar no mercado internacional, ou seja deixar entrar produtos que destroem a nossa economia sem uma taxação adequada, sem pensarmos que  a escravatura laboral em países como o Bangladesh onde Adidas e a Benetton fazem as suas roupas  nos afecta; continuarmos a lutar pelos nossos direitos mas esquecendo dos mesmos quando o professor é contratado e  “eu que sou do quadro logo não me afecta”, por isso nada de ir para a rua; não sair em defesa de uma coima única nas finanças e não coima sobre coima sobre coima, que leva as empresas ao encerramento e à perda de milhares de postos de trabalho,  não pensar global, também faz de todos  nós umas Margarida Rebelo Pinto . Esqueçam a Margarida e outras como ela. Esqueçam partidarices outras parvoíces. A crise não se desenrola só no nosso quintal. Estamos dispostos a comprar mais barato no chinês, ou estamos dispostos a lutar para que em países como a China se apliquem impostos como cá? Estamos dispostos a regular a banca? Estamos dispostos a regular finanças? Estamos dispostos a não comprar Audis e BMW e apostar numa produção automóvel nacional? Estamos dispostos a ajudar as empresas portuguesas a exportar, colocando funcionários nas embaixadas e consulados só para defenderem as nossas empresas na exportação de bens? Estamos dispostos a tratar todos os professores por igual, avaliando-os a todos, não importa se são ou não contratados? E estamos dispostos a sair à rua ,mesmo que isso incomode a Guida, quando os governos se preparam para atacar as leis fundamentais deste país?  A que estamos dispostos para não dizermos parvoíces como a Margarida Rebelo Pinto?

2 comentários:

  1. Parabéns por mais este texto! Continuas com um discurso claro e directo sem papas na língua. Concordo em tudo!!
    Não entendo é porque razão as pessoas ainda se dão ao trabalho de ficarem maçadas com esta criatura tão maçadora e insípida.
    Desde que ela tomou a liberdade de comparar a sua evolução na escrita a um Eça... fiquei esclarecida sobre a qualidade da massa cinzenta desta senhora e qual a importância que lhe devo dar.
    Parabéns por este blog!

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  2. Obrigado Sara. Sendo a questão pertinente a seguinte: a senhora sabe quem é o Eça ou leu o resumo dos Maias no caderno amarelo da Europa-América?

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