terça-feira, 29 de outubro de 2013

300 milhões de falantes de português...

Saiu hoje no Público (dia 29 de Outubro de 2013) que nos próximos 5 a 10 anos seremos 300 milhões a falar português. E fala-se também da importância da língua para a ciência, para a economia, para a cultura. E para a união dos povos da lusofonia e para as potencialidades da língua. E eu penso que o melhor da língua portuguesa é a poesia e a prosa que dela sai e que 300 milhões de pessoas a poderão entender e saborear. Por muito que se goste de Pablo Neruda, nunca entenderei a melodia das palavras como um peruano, um espanhol ou um chileno. Mas poderei entender a cadência dos sons de um Ferreira Aguilar, de um Mia Couto, de um Pepetela, de uma Florbela Espanca... E sobretudo entendo muito e muito bem, a beleza deste poema que do Brasil nasceu mas que ao mundo do português falado e escrito foi dado.


Soneto da Fidelidade
(Vinícius de Moraes)

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
E que a poesia e o português seja eterno enquanto dure, seja ele falado por 300 milhões ou por 3 pessoas...

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