Numa conversa recente com um amigo, este queixava-se de que ser
homem é muito complicado, porque não se pode falhar no momento “H” (seja lá isso
o que for) e a sociedade é muito injusta com os homens. Se não me desse tanta
vontade de lhe bater, isto até poderia ter uma certa graça, mas não tem. Porque
os meninos têm uma falha na hora H, nós temos toda uma trilogia de terror, por
esta ordem: cabeleireiro, depilação, ginecologista!
Comecemos pelo cabelo: as "madeixas" são mesmo queimadas
pelo sol e os brancos que aparecem são mesmo brancos e não uma tonalidade especial,
nº 36 qualquer coisa. Os cortes que " não vai dar mesmo trabalho
nenhum" dão ainda mais trabalho, o" só colocar gel" não funciona
e acabamos sempre com uma gadelha com vontade própria e sem qualquer tipo de domínio.
Quando saio à noite só espero que a minha personalidade ofusque o meu cabelo, o
que nunca acontece. E quando esperamos mesmo que hoje aquele- apanhado-para-o-casamento-não cai-mesmo-porque-faz-parte
da-toilette ele... cai!
Mas nada disto é comparável com aquele momento em que que estamos
deitadas na maca da nossa esteticista e um bocado de cera a ferver é colocada
sobre a nossa pele e, de repente, um
bocado de pano branco cai sobre a cera e a nossa querida esteticista , amada
até ao momento, puxa aquele pedaço de papel e... Ai, Ai, dor, dor. Nada nos
prepara para aquela tortura, mesmo que seja a centésima vez que passamos por
ela. E sim, a depilação definitiva é quase definitiva, até ao momento em que
vestimos um bikini e se nota que afinal o definitivo não é assim tão definitivo
e vamos lá marcar uma torturita para tirar estes pelos que por aqui decidiram
aparecer. E o resultado é: ai, ai, dor, dor.
E se nesta altura ainda nada vos chocou, a descrição da nossa
consulta no ginecologista fica ao nível de um filme Hitchcock , mas com mais suspense, muito mais suspense. Ora bem, além de termos de ir
com a depilação feita (senão é uma falta de respeito!), toda a conversa sobre a
nossa vida íntima ( só falta local e nome do
perpetuador, porque de resto está lá tudo: quantas vezes, como, etc.) deixa-nos à beira de um ataque de nervos,
e, para terminar o "exame" é tortura, humilhação pura. Não vou aqui
descrever, mas envolve um objecto com nome de bico de pato!
Por isso, quando se diz que a vida das
mulheres é uma maravilha, lembrem-se sempre da nossa trilogia de horror. E agradeçam
por serem homens. É verdade que são menos inteligentes, mas também não se pode
ter tudo!
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