segunda-feira, 11 de março de 2013

Conta-me uma história....


Adoro uma boa história. Seja num filme, num livro ou na vida. Adoro uma boa história e, se bem contada, é um dos melhores prazeres da vida. Uma história não tem de ser necessariamente verdadeira nem necessariamente falsa, tem apenas de ser boa.
E o que é uma boa história? É aquela que nos entretém. Aquela que nos provoca emoções, que nos faz rir ou chorar, aquela que nos faz pensar nela muitas e muitas vezes.
Adoro pessoas que têm histórias ou capacidade de contar bem as suas histórias. E é um hábito que se vai perdendo. Ainda há 50 anos, percorriam as aldeias deste país homens cuja profissão era, nem mais nem menos, que contar histórias. Contador de histórias, esta era a sua forma de viver. E o povo reunia-se e ouvia aquele homem contar histórias de gente que eles não conheciam, de lugares que nunca viram, de cheiros e de cores tantas e tão diferentes, que a história os tirava do seu mundo e lhes dava muitos outros, tão maiores, tão bonitos ou feios, mas tão longe do seu mundo. E dava aos homens que a ouviam e ao homem que a contava, capacidade de sonhar.
Hoje perderam-se os sonhos e a magia. A televisão trouxe-nos factos e histórias da vida privada, tão chatas e tão mal contadas que o povo vai entretido mas não sonhador. E a televisão não conta histórias dos marinheiros, das prostitutas, dos ricos e dos pobres em forma de lenda e sonho.
A televisão só nos dá pequenas intrigas e muito barulho que, como dizia o Shakesperare, é muito barulho por nada.
E de nada em nada perdem-se as histórias, a magia e o encantamento que a palavra contada nos traz.
Neste tempo de incertezas, preciso de magia, encanto e lenda. Preciso de uma boa história.

Tenho saudades de histórias. Contas-me uma?



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