segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

É Carnaval!


Há 10 mil anos, antes de Cristo descer à terra e fazer o que toda a gente sabe, já havia malta  que numa época do ano, a que actualmente chamamos  Fevereiro ou Março, reunia toda a família e amigos e pessoal do bairro e fazia uma grande festa. Pintavam-se, colocavam máscaras, suponho que bebiam e comiam e outras coisas mais, tudo com o objectivo de afastar os maus espíritos que podiam estragar as colheitas. Os gregos, povinho bom, filosófico  com gosto pela política , também se mascarava e comia e bebia e outras coisas mais que a vida é para se viver, tudo para agradecer as colheitas. Neste tempo, o dos gregos,  é provável que estas festas se realizassem aí para Maio, mas festa é festa e é de festa que estamos a falar.  E depois vieram os católicos, com as suas leis e morais, mas nem eles atacaram essa festa pagã. Porque se temos de rezar para expiar pecados, então é bom que se cometam, certo? Mas o Papa Gregório, nesse ano de 604 disse o seguinte; "Ok, façam a festa, que depois quero não comam carne durante 40 dias". E o povo disse: "está bem, desde que a festa seja boa".  E, de certeza que houve um chico-esperto que se virou para o Papa e disse.. "Oh Gregório, a vida são dois dias, o Carnaval são três".  Eu não estive lá, mas se estivesse tinha aplaudido!Como esta gente das Igrejas gosta de tudo bem controlado, reuniram-se em 1901 e disseram: "a quarentena começa na quarta-feira, última dia da Festa". E a malta, toda triste disse :"Isso é um enterro de tão triste que é. Chamemos-lhe Quarta-feira das Cinzas".
E o Carnaval dura até hoje. E é mais importante que o Natal em muitas zonas do país. No Alentejo uma colega está a fazer um levantamento sobre tradições, o chamado levantamento do Património Imaterial.  E não é que  rapariga está chocada porque os velhos nada ligam ao Natal. Para eles a festa da família não é o Natal mas sim o Carnaval. E faz todo o sentido. O Natal, tal como o conhecemos, é um produto do século XX com o Pai Natal vermelho da Coca Cola.Belo marketing, não tenhamos dúvidas!
Mas o Carnaval não. O Carnaval é antigo, é herege, é pagão, é festa  e é folia. É aquela altura em que despimos as máscaras e colocamos outras, bem melhores, bem mais divertidas. O Carnaval é a minha festa e se há coisa que embirro é quando ouço um "iluminado" (ou seja um idiota que engoliu uma lâmpada, vulgo político actual)decidir que o Carnaval não é importante e a malta boa não tem direito a se divertir. Porque se é de cultura e de tradições que estamos a falar, então não há razões para terminar com o Carnaval. Porque cada um gosta e tem direito a gostar do que gosta. E a festejar aquilo que quer, seja o Natal, o Hannukah,  a Páscoa, as datas especiais ou tudo isso junto. E porque antes de governos e de políticos já o Carnaval existia.E é a minha festa, a minha alegria.  E portanto:Viva o Carnaval, porque como disse o chico- esperto a Vida são dois dias e o Carnaval são três!

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