segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

A Mania da Verdade.

A verdade é sobrestimada. Toda a gente diz que diz a verdade, toda a gente sabe o que é a verdade, toda a gente se gaba de ser verdadeiro. Tretas. As questões da verdade têm mais do que se lhe diga, mas não é a vertente filosófica que eu quero  aqui explorar, por agora.
Estou a falar da verdade, daquela verdade que se não fosse dita era melhor estimada, daquela verdade que não é assim tão verdadeira e quando proferida se transforma em lei. Complicado? Deveras. Verdade, verdadinha, prefiro uma maravilhosa (não piedosa, que a piedade é outra coisa complicada) mentira, que uma verdade nua e crua em assuntinhos  do dia a dia.  Querem exemplos? Exemplos vos serão dados!
Mintam-me dizendo que estou mais magra. Mintam-me dizendo que estou melhor agora do que há dez anos atrás. Mintam-me dizendo que o tempo não passa por mim. Mintam-me dizendo que a comida está extraordinária. Mintam-me dizendo que adoram o meu novo penteado. Mintam-me sempre que for necessário.  
Mintam-me sempre que vos parecer o correcto.
Prefiro a mentira bem articulada e com intenções boas do que uma verdade cruel e desnecessária. Porque cada um de nós sabe sempre a nunca lisonjeira e insensata verdade. Sabemos que o tempo não poupa ninguém, sabemos que há dias em que tudo nos corre mal, sabemos que há dias de que uma palavra bonita, mesmo sendo mentira, é muito apreciada.
Por isso, cada vez que eu precisar mintam-me. Porque aí eu saberei a mais importante de todas as coisas: que há humanidade, carinho e afectos à minha volta sempre que precisar. E esta é a mais bonita de todas a verdades.


É preciso dizer a verdade apenas a quem está disposto a ouvi-la
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Sêneca

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