Agosto costumava ser, por excelência, a
estação da parvoíce. Aquela época em que o mundo parava um bocadinho e
apercebia-se que namorar, curtir e fofocar um bocadinho não fazia mal a
ninguém. Das notícias extraordinárias, aquelas que nos faziam parar e comentar
a vida dos outros no café, só resta o divórcio entre a nossa Luciana
Abreu e o Porche Panamera.
As filas de entrada para a Casa do
Castelo desapareceram, a própria Casa também. As festas brancas só se realizam
em algumas discotecas do interior do país, e o Algarve está apagado e pouco fashion. Há quem prefira estes novos
tempos. Eu não.Preciso da parvoíce natural de uma época do ano para me motivar
a pensar a sério o resto do ano. Preciso de escândalos, divórcios, casamentos
abençoados e rapidamente terminados. Preciso de tudo isso para ser mais feliz.
Porque esta onda de notícias sérias e
assassinatos em massa está a deprimir-me profundamente. E para depressão já
temos os outros onze meses do ano.
Volta Elsa Raposo, estás perdoada!
"... às vezes as pessoas dizem que a Beleza é apenas
superficial, e pode bem ser. Mas pelo menos não é tão superficial como o
Pensamento. Para mim, a Beleza é a maravilha das maravilhas. Só as pessoas frívolas é que não
julgam pelas aparências. O verdadeiro mistério do mundo é o visível e não o
invisível... "
Oscar Wilde, in 'O Retrato de Dorian Gray'
Oscar Wilde, in 'O Retrato de Dorian Gray'
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