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sábado, 18 de agosto de 2012

As desgraças dos outros são maravilhosas!


As desgraças dos outros são maravilhosas! Leram bem, é isto mesmo que está escrito: A desgraça dos outros é maravilhosa!
Ontem, deitada na praia a ler um qualquer livro fácil e quase intragável, ideais para estes dias de verão, dediquei-me a ouvir as conversas alheias. E não há nada melhor que uma boa conversa roubada para nos pôr a pensar na vida e nas coisas.
Ora bem, todos os meus "vizinhos" debitavam ódio puro e pouco refinado sobre outras pessoas. Era a outra porque estava " armada em fina" mas não tem onde cair morta, era o outro que costumava ser um rico vaidoso e agora, bem feito, estava pobre como tudo...  E a filha daquela convencida, que tinha a mania que a miúda era maior e agora chumbou no 12º ano? Ah pois é, e agora? Se calhar nem vai para a faculdade como a minha Cátia Cristina que entrou em Direito (reparem, Direito) na Lusófona!
E eu comecei a pensar que, quando vemos os outros bem, sobretudo financeiramente e amorosamente, começa a crescer em nós um pequeno ódio que vamos alimentando. E quando a vida daqueles que outrora apoiamos e até fomos " amigos" começa a cair em desgraça, há algo de monstruoso que sai cá para fora: uma enorme satisfação pela infelicidade alheia, uma enorme sensação de justiça. Fez-se justiça porque nós, pobres mas honrados, sentimos um enorme alívio quando a felicidade dos outros acaba. Fez-se justiça porque eles tiveram algo que nós não vamos ter.E fez-se justiça porque nós, os pobres condenados, vamos poder viver em igualdade na desgraça e não na felicidade.
E este espírito mesquinho está em todos nós. Seja evidente na praia, no café, na escola, no futebol, na família. Ele está cá e corroí-nos e anima-nos e alimenta-nos. 
E talvez, seja por tudo isto, que não vamos sair tão rápido desta crise. Porque nos puxamos sempre para o lado negro e nunca para o lado bom da vida. Igualdade, fraternidade e liberdade são palavras muito bonitas para a Revolução Francesa. Porque isso cá da felicidade alheia dá comichão, faz mal e é remédio fraco. A infelicidade alheia soa-nos muito melhor e é muito mais agradável!


 "Toda a gente é capaz de sentir os sofrimentos de um amigo. Ver com agrado os seus êxitos exige uma natureza muito delicada."
Óscar Wilde