terça-feira, 12 de maio de 2015

Família ou trabalho? A pergunta que as mulheres têm de responder. Mas os homens não.



Em pleno século XXI e depois de mais de um século de luta pela emancipação feminina, as mulheres ainda têm de responder a esta pergunta: querem família ou um lugar no mercado de trabalho? Apesar das empresas terem de recorrer cada vez mais a mulheres para lugares de chefia (e ter é a palavra exacta, não é uma escolha da maioria das empresas), as mulheres ainda desempenham o papel de mulher perfeita, mãe de família extremosa e esposa dedicada. Este mito perpetuado sobretudo por mulheres inflige um peso social incomportável. É impossível ser-se perfeita em todos os campos da nossa vida e só a ideia de que o podemos ser é perigosa. Não existem super-mulheres tal como o Clark Kent é apenas mito. Mas também no trabalho a ideia de que uma mulher possa ter voz e opiniões firmes não é, na maioria dos casos, bem aceite. Rotuladas de mandonas, obsessivas, obcecadas pelo trabalho ou simplesmente cabras, as mulheres têm um estigma social colado à pele que não lhes permite gritar ou barafustar mas apenas sorrir docemente e gerir com doçura. Para inverter esta situação são necessárias mais medidas legislativas que garantam a paridade nos locais de trabalho e no parlamento. São precisas mais medidas de apoio à parentalidade partilhada. Mas também é preciso que as mulheres quebrem o ciclo e que não propaguem o mito da felicidade perfeita, sobretudo nas redes sociais. E assumamos que temos defeitos, que os miúdos choram muito, que gostamos de ter tempo para nós e que somos alguém para lá da família, do marido, e do trabalho. E que gostamos de trabalhar e temos ambições. 
Se os homens o fazem não deve ser assim tão difícil….

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