Todos sabemos que a história tem uma grande tendência a
repetir-se, mas a verdade é que ninguém esperava que o partido da extrema-direita
de Marine Le Pen conquistasse 10 câmaras municipais em França. Podemos
conjecturar sobre as razões desta vitória na França. Podem-se apontar razões
como o racismo e xenofobia contra os muçulmanos (os Arabs, como lhes chamam os franceses à boca pequena), a crise e a
insatisfação social que cresce por toda a França e por toda a Europa. Podemos
também reflectir sobre o discurso populista e anti-imigração que leva,
curiosamente, a que a comunidade portuguesa vote em Marine le Pen, porque os
portugueses não são Arabs e a culpa é
dos Arabs. Podemos perceber e debater
todas as causas sociais e económicas que levaram a esta vitória. Mas a verdade
é que Marine Le Pen só ganhou porque 38% da população se absteve. E este voto
de protesto, de desconfiança no sistema político, beneficiou um partido que
pouco respeita quer a democracia quer o próprio sistema político.
Dia 25 são as eleições europeias em Portugal. Eu sei que já
estamos fartos de políticos, de promessas não cumpridas, de “eles” serem todos
iguais. Mas a verdade é que se não votar está a dizer que não se importa que
eles sejam todos iguais. E que não se importa que este país e a Europa regresse
à idade dos medos, da xenofobia, da culpa dos outros.
Por isso vote. Não se abstenha. Vote em quem quiser, mas vote.
Porque senão novas Marine le Pen surgirão em toda a Europa porque nós nos
abstivemos. E isso é que não pode ser.
Um boletim de voto tem mais força que um tiro de espingarda.
Abraham Lincoln
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